segunda-feira, 16 de maio de 2011

Inter fecha uma década com títulos todos os anos

Internacional troféu campeão (Foto: Lucas Uebel / Vipcomm)

Não era bem o Gauchão que a torcida do Inter queria no primeiro semestre de 2011, mas a conquista estadual tira pelo menos uma lasca da frustração da queda prematura na Libertadores. E garante ao clube colorado mais um ano com no mínimo uma taça no museu. Entre a leveza dos Estaduais e o peso de um Mundial, os torcedores vermelhos já acumulam uma década inteira com conquistas anuais.
São 14 títulos no período. A saída das vacas magras começou em 2002, quando o Inter ganhou o Gauchão depois de quatro anos de jejum. E aí vieram outros três na sequência, em 2003, 2004 e 2005, sem outras conquistas no período. Mas já era possível ver a fermentação de um clube mais forte. No ano seguinte, o Colorado ganharia a Libertadores e atingiria o degrau mais alto de sua escadaria, com a vitória de 1 a 0 sobre o Barcelona e a conquista do título mundial.
Outros títulos continentais vieram na sequência: a Recopa de 2007, a Sul-Americana de 2008, a Libertadores de 2010. E eles trouxeram a reboque a experiência em torneios internacionais, como a Copa Dubai de 2008 e a Copa Suruga de 2009, ambos conquistados.
Neste domingo, com o triunfo em mais um Gauchão, o Inter voltou a celebrar sua recente rotina de vitórias – intercaladas por alguns tombos, vide a derrota para o Mazembe no Mundial de 2010. O clube destacou a coleção de títulos em seu site oficial. E a diretoria lembrou de como tudo começou.
- O Campeonato Gaúcho sempre foi muito valorizado por nós. Lembro de como foi o começo de tudo isso, lá em 2002, com a conquista do Gauchão – observou o vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Siegmann.
O curioso nessa década é a ausência de títulos nacionais: nem Brasileirão, nem Copa do Brasil. A obsessão do clube é a principal disputa do país, que começa no sábado, na Vila Belmiro, contra o Santos. O Inter não conquista o Brasileiro desde 1979. Além do Nacional, os colorados buscarão mais uma Recopa (o adversário é o Independiente, da Argentina) e comemoram o privilégio de disputar a Copa Audi, contra Barcelona, Milan e Bayern de Munique.
Os títulos do Inter:
2002: campeão gaúcho
2003: campeão gaúcho
2004: campeão gaúcho
2005: campeão gaúcho
2006: campeão da Libertadores e do mundo
2007: campeão da Recopa
2008: campeão gaúcho, da Copa Dubai e da Copa Sul-Americana
2009: campeão gaúcho e da Copa Suruga
2010: campeão da Libertadores
2011: campeão gaúcho

Santistas vão à praça festejar o bi, mas PM impede carreata da equipe

torcida santos praça da independência (Foto: Luis Cleber / Agência Estado)

Cerca de 4 mil santistas se reuniram na Praça da Independência, no bairro do Gonzaga, em Santos, neste domingo, para comemorar o bicampeonato paulista, conquistado após vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, na Vila Belmiro. A festa, porém, durou pouco. Atendendo à orientação da Polícia Militar, o clube decidiu não fazer uma carretada com a taça pelo tradicional ponto de encontro de Santos.
As autoridades temiam por confusão, ainda mais com o título tendo sido conquistado em cima do Corinthians, que também conta com muitos torcedores na região. Por isso, o clube resolveu fazer uma comemoração reservada.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Dentinho a um passo de trocar Timão pelo Shakhtar Donetsk

Dentinho no treino do Corinthians (Foto: Ag. Estado)
 
Dentinho está com um pé na Ucrânia. O Corinthians negociou com o Shakhtar Donetsk e, após conversa com o clube estrangeiro nesta terça-feira, praticamente definiu a venda do atacante. Falta o anúncio oficial, mas as partes já chegaram a um acordo verbal. A saída chega em boa hora tanto para o atleta como para o Timão. Afinal, Dentinho não vive grande fase e está ameaçado até de perder a vaga na equipe por conta disso. O clube paulista, com a concretização do acordo, conseguirá lucrar com uma peça que está em baixa. Os valores e tempo de contrato com os ucranianos ainda não foram divulgados.

O Corinthians renovou o contrato de Dentinho no fim de 2009, aumentando o vínculo até dezembro de 2013. No entanto, o atacante não pertence apenas ao Timão. O clube detém 57,5% do atleta. O Grupo Dis possui 22,5% dos direitos federativos do jogador, e o empresário Cláudio Guadagno tem 20%.

Dentinho tem 22 anos, começou nas categorias de base do Corinthians e fez o primeiro jogo profissional pelo clube em 2007. Tem no currículo os títulos do Brasileiro da Série B em 2008, e do Paulistão e da Copa do Brasil em 2009, estes dois últimos conquistados ao lado de Ronaldo, que tornou-se seu grande amigo e mentor.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Noite infeliz elimina quatro clubes brasileiros da Libertadores


Peñarol x Internacional (Foto: EFE)O campeão foi eliminado no Beira-Rio (Foto: EFE)
Nunca dantes na história da Libertadores, tantos clubes brasileiros foram eliminados da competição no mesmo dia. As oitavas de final desta edição 2011 foram trágicas para Cruzeiro, Internacional e Fluminense, que disputaram jogos de volta na condição de favoritos, após obter resultados favoráveis na primeira partida. Também não foram felizes para o Grêmio, que, muito desfalcado e em condições adversas, após perder da Universidad Católica em casa, não conseguiu se valer de sua propalada "imortalidade" para trazer um bom resultado de Santiago. Somente o Santos, classificado na noite de terça-feira com um suado 0 a 0 com o América-MEX, avançou.
Diogo Fluminense (Foto: Reuters)Diogo, do Flu: limite para o tal impossível (Reuters)
A última vez que o Brasil chegou às quartas da Taça Libertadores representado por apenas uma equipe foi há 17 anos: o São Paulo - que terminaria a edição de 1994 como vice-campeão, derrotado nos pênaltis pelo Velez Sarsfield.  Até 2000, o país tinha apenas duas vagas na competição - com uma terceira reservada a um eventual campeão do ano anterior. De lá pra cá, pelo menos dois clubes brasileiros alcançavam às quartas de final. Não foi o caso neste 2011.
Deu tudo errado. O Cruzeiro, time melhor aproveitamento na fase de grupos, esteve irreconhecível na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e foi elminado pelo Once Caldas, ao perder por 2 a 0. Com direito a vexame do técnico Cuca, que agrediu Rentería (e depois tentou explicar o inexplicável - assista ao vídeo abaixo) A equipe colombiana tinha a pior campanha entre todos os classificados na primeira fase, mas foi soberana em campo e agora vai enfrentar o Santos.
Em Assunção, quem caiu foi o Fluminense, que tinha sido carimbado como "time do impossível" após desafiar cálculos matemáticos em uma classificação heroica, nos minutos finais do último jogo da etapa de grupos, fora de casa, em pleno caldeirão do Argentinos Juniors. Diante de um Libertad muito mais competente e aguerrido, o campeão brasileiro jogou no lixo a vantagem conquistada no Engenhão (3 a 1) ao perder por categóricos 3 a 0.
O primeiro desastre da noite aconteceu no Beira-Rio: o Inter, atual campeão da Libertadores, vivendo lua de mel com seu novo técnico (e velho ídolo) Falcão, sofreu um apagão durante os cinco minutos iniciais da segunda etapa. Foi o suficiente para tomar a virada - 2 a 1 - e, sem competência nem sorte para reagir, sair eliminado pelo Peñarol. E o tão falado Gre-Nal da América, que se desenhava nas quartas, com tintas de Real x Barça pela Liga dos Campeões, virou apenas oba-oba. As duas equipes vão se enfrentar duas vezes agora, só que pela decisão do Campeonato Gaúcho.

Falcão perde a primeira, é questionado e diz que não errou


Falcão coletiva Internacional (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)Falcão justifica escolha por Ricardo Goulart e não
vê erro (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)
Até Paulo Roberto Falcão, ídolo quase intocável no Inter, precisa dar suas explicações. A derrota de 2 a 1 para o Peñarol, com queda nas oitavas de final da Libertadores da América, apresentou pontos dúbios no trabalho do novo treinador colorado em seu primeiro revés no cargo. O esquema foi diferente do atual, pendendo para o que era usado por seu antecessor, Celso Roth. E a primeira alternativa dele em momento de tensão foi convocar um garoto, o recém-inscrito Ricardo Goulart, em vez de figuras mais rodadas, especialmente Rafael Sobis e Cavenaghi.
Depois do jogo, Falcão foi questionado pela imprensa e contestado pela torcida – em manifestações nas rádios e em discussões em redes sociais, colorados mostraram contrariedade com as escolhas do técnico. Acima de tudo, ele teve que explicar por que mandou Ricardo Goulart a campo.
- O Ricardo Goulart está treinando muito bem. Acho que ele entrou bem. É um jogador de velocidade, agudo, que vem se destacando nos treinos. É o dia a dia que define isso. Senti que ele podia colaborar. Isso é olho no olho. Ele nunca se esconde nos treinamentos. Não tive nenhuma dúvida – disse Falcão.
O técnico entende que não errou nas trocas. Diz que aceita opiniões contrárias, mas vê lógica nas escolhas. Ricardo Goulart foi a campo junto com Tinga, para as saídas de Andrezinho e Oscar. Só depois que Rafael Sobis foi chamado, para entrar na vaga de Nei, já em momento de desespero.
- Respeito todas as opiniões contrárias, mas acho que não foi um equívoco. Viemos de dois jogos em que atuamos por 25 minutos em cada com dez homens. O Goulart é atacante. É segundo atacante. Tínhamos o Goulart e o Damião, e o D’Alessandro mais avançado. Com o Tinga, tínhamos que reorganizar o lado direito – argumentou Falcão.
Chamou a atenção um novo desenho tático do time. Depois do 4-4-2 em duas linhas de quatro, usados nos primeiros jogo de Falcão no Inter, e após o 4-4-1-1 do Gre-Nal, o time apareceu, especialmente quando tinha a bola, eu um claro 4-2-3-1 no duelo com o Peñarol. Foi o esquema usado quase sempre por Roth. Talvez a ideia fosse repetir o formato do Gre-Nal, mas a prática do jogo mostrou outra coisa. Andrezinho, Oscar e D’Alessandro estiveram quase sempre alinhados, com Guiñazu e Bolatti atrás deles.
Além disso, o Inter não conseguiu corrigir seu problema mais crônico em 2011, o lado direito defensivo, que vazou no Uruguai e voltou a ser envolvido nesta quarta-feira. Falcão, em meio à dor da eliminação, lamenta a falta de tempo para treinar mais.
- Com 20 e poucos dias, temos que corrigir muita coisa. Agora, vamos ter um pouco mais de tempo para isso.
Mas há pouco até domingo. Às 16h, o Inter recebe o Grêmio no Beira-Rio. É o primeiro jogo da final do Gauchão.